Dispositivo e método para detectar infecção viral em mamíferos

Pesquisadores da Unicamp e da Universidade da Pensilvânia criaram um dispositivo eletroquímico portátil que detecta a presença do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, de forma simples e em tempo real. A invenção representa uma alternativa ao diagnóstico via RT-PCR, que apresenta limitações como alto custo de reagentes, necessidade de vários procedimentos para preparação das amostras, risco de contaminação cruzada, treinamento de profissionais para análise das amostras e demora na obtenção dos resultados. 

O dispositivo pode ser produzido a um custo de menos de 1 US$ e é capaz de detectar infecções microbianas em 10 segundos. Além de portátil, ele possui um design simples, é descartável, tem fácil operação e pode analisar um volume de amostra de 10 μL. Seu funcionamento ocorre por meio da detecção de metabólitos redox-ativos produzidos unicamente por agentes patogênicos infecciosos, enquanto medidas de Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS) proporcionam dados qualitativos e quantitativos para o diagnóstico direto das amostras biológicas, como sérum sanguíneo ou saliva.  

Em algumas modalidades, a invenção pode ser aplicada como um “dispositivo vestível”, no formato de curativo auto-adesivo, de uma faixa que envolva partes do corpo do paciente (braço ou panturrilha, por exemplo) ou de uma máscara. Em outras modalidades, ela pode detectar o vírus via smartphones, por meio do uso de aplicativos e de um potenciostato em miniatura.

Com isso, o novo dispositivo tem o potencial de transformar a forma como se detecta infecções não tratadas, resultando em uma melhora nos índices de sobrevivência de pacientes diagnosticados com antecedência. Ademais, ele minimiza os custos dos sistemas de saúde e pode ser distribuído de forma ampla, possibilitando a testagem em larga escala e vigilância em nível populacional.