A contaminação bacteriana é um risco comum em implantes médicos, sendo particularmente crítico quando ocorre em pacientes com saúde e sistema imunológico comprometidos. Apesar delas serem geralmente tratadas e prevenidas com a aplicação de antibióticos, há o risco de desenvolvimento de cepas resistentes a antibióticos.
Pensando nisso, pesquisadores da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp desenvolveram um processo de revestimento superficial bactericida para ser aplicado em implantes de titânio e suas ligas de cobre. A invenção visa conferir caráter bactericida às superfícies de implantes semiacabados, durante as etapas finais de fabricação, e sem a necessidade de uso de pós metálicos ou tensão mecânica.
Isso é feito por meio de uma metodologia que permite a integração de um filme fino de cobre metálico na superfície do implante de titânio, formando compostos intermetálicos de titânio-cobre. Entre os seus diferenciais, o processo estabelece uma rota de processamento que poderá ser empregada na funcionalização de superfícies de implantes metálicos com geometrias simples ou complexas, como roscas e furos.
O processo desenvolvido também permite o controle do teor de cobre para valores aceitáveis para a viabilidade celular, mas ainda assim bactericida, e sem comprometer a estrutura do implante. Além disso, ele é controlado de forma a garantir a perfeita adesão com o gradiente de composição química, de forma que não ocorra a delaminação de camadas da superfície do implante.