Sistema e Processo integrado de microfiltração de micelas oriundas de fermentação destinada à obtenção de macrolídeas imunossupressoras
Tecnologia desenvolvida na Unicamp auxilia na obtenção de imunossupressores para tratamento de pessoas transplantadas
As macrolídeas imunossupressoras são um grupo de antibióticos obtidos pela fermentação de bactérias do grupo Streptomyces e que têm grande importância no tratamento de pessoas transplantadas e enxertadas ou acometidas por problemas como doenças autoimunes, neurodegenerativas, dermatológicas e diabetes. Constituídos pelos fármacos tacrolimo, sirolimo e ascomicina, ainda existe, apesar de sua relevância, um histórico de ausência desses medicamentos no Brasil, o que demanda investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Para resolver este problema, foi elaborado na Unicamp um novo sistema e processo integrado de microfiltração de micelas com o objetivo de obter macrolídeas imunossupressoras. A inovação, desenvolvida na Faculdade de Engenharia Química, tem processo e equipamento capazes de controlar e remover as micelas oriundas de qualquer caldo proveniente da fermentação via Streptomyces sp.
A tecnologia se refere à etapa de processamento anterior às relacionadas à adsorção ou cromatografia e pode ser empregada em etapa posterior à obtenção do caldo fermentado que contém as macrolídeas. Além disso, ela descreve a remoção por microfiltração em múltiplas etapas, sem a necessidade de pressurização externa e permitindo o controle e a remoção das micelas em escala maior do que as obtidas atualmente.
Testes de microfiltração foram realizados em dez etapas utilizando caldo fermentado de coco. Como resultado, o processo permitiu atingir separações de micelas superiores a 95%, independentemente do tamanho do diâmetro dos poros da membrana. Entretanto, a membrana de diâmetro de poro igual a três micrômetros apresentou como vantagens o tempo menor de microfiltração, menor resistência mecânica e menos incrustação ao longo das etapas de microfiltração.