
Processo de extração da pectina da casca de maracujá utilizando agua pressurizada e solventes eutéticos profundos
Engenharia de Alimentos
Encontrar formas de reutilizar as cascas das frutas cítricas é um desafio para a indústria de sucos, já que elas correspondem a mais de 40% do peso de cada fruta utilizada na produção. Para solucionar essa questão, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas desenvolveram um método biotecnológico que permite reciclar esses resíduos, transformando-os em um material de valor econômico agregado adequado a outros fins.
A partir de conhecimentos de engenharia de alimentos, os pesquisadores adaptaram um método de extração de pectina que utiliza ácido cítrico para ser utilizado em cascas de laranja, aproveitando o alto nível de pectina presente no resíduo. Essa fibra solúvel em água é muito utilizada pela indústria alimentícia na fabricação de produtos como geléias, compotas e outros doces. A equipe também foi capaz de extrair xilana do resíduo restante, uma substância que pode ser convertida em xilooligossacarídeos por meio de processos enzimáticos.
Os xilooligossacarídeos são carboidratos com características prebióticas que promovem a alimentação de bactérias benéficas à saúde presentes na flora intestinal animal. A biotecnologia converteu 70% da xilana encontrada nos resíduos em xilooligossacarídeos, tornando a casca de laranja uma fonte para extração desse carboidrato, que também é utilizado na indústria alimentícia e farmacêutica.
Os procedimentos técnicos permitiram a produção de pectina com mais de 80% de pureza, tornando possível a reciclagem das cascas de laranja e reduzindo a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários. O reaproveitamento desses resíduos é uma maneira de promover a economia circular e contribuir para a sustentabilidade.