
Processo para extração e purificação de antocianinas
Engenharia de Alimentos / Química alimentar
Uma das maiores produtoras de sucos de laranja do mundo, a indústria cítrica brasileira não consegue explorar todo potencial econômico ligado à fruta, pois atualmente, entre 40% e 50% de cada laranja se perde em meio ao processo de fabricação de sucos.
Visando buscar soluções para o problema do desperdício da indústria cítrica, pesquisadoras do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas desenvolveram novos procedimentos na área de biotecnologia para um melhor aproveitamento de cada laranja. O que antes seria tratado como lixo descartável, agora pode ser utilizado para obtenção de várias substâncias de considerável valor agregado.
O processo idealizado pelas especialistas consiste na reutilização da biomassa industrial a partir de um processo que retira de forma sequencial quatro substâncias que podem ser aproveitadas. Primeiramente, as profissionais da Unicamp extraem a hesperidina da biomassa, um flavonóide utilizado pela indústria farmacêutica e cosmética. Em seguida, através de processos subsequentes biotecnológicos, arrebatam a pectina da biomassa, um carboidrato com alta serventia para a fabricação de produtos alimentícios industriais.
Como última etapa da reciclagem verde, o procedimento patenteado pela Unicamp é capaz de obter, em sequência, a lignina e a celulose, dois polímeros orgânicos da biomassa da laranja. A lignina é aplicada na fabricação de fertilizantes e outros produtos utilizados pelo agronegócio. Já a celulose é usada tanto pela indústria têxtil quanto por companhias farmacêuticas para fins diversos.