Biotransformação de compostos fenólicos para uso nutracêutico

Obter um produto rico em equol e isoflavonas bioativas é o objetivo de um invento desenvolvido na Unicamp por pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos. A tecnologia consiste em um processo fermentativo e de biotransformação de compostos fenólicos oriundos do extrato hidrossolúvel de soja para aplicação como ingrediente nas indústrias alimentícia, de nutricosméticos e de suplementos dietéticos. 

A escolha do extrato hidrossolúvel de soja se deu pelo fato dos produtos à base de soja serem nutricionalmente ricos e detentores de uma grande quantidade de fitoquímicos, como as isoflavonas, que possuem propriedades funcionais, antioxidantes e de eliminação de radicais livres. Dessa forma, trata-se de um substrato que tem apresentado potencial na indústria para aplicação do equol como agente nutracêutico em populações não produtoras desse estrogênio e que foi extraído de um fungo que pode ser utilizado em alimentos. 

Para tanto, a invenção realiza processos capazes de transformar as isoflavonas presentes no extrato hidrossolúvel de soja em suas formas bioativas. Um desses processos inclui a aplicação de culturas iniciadoras e bactérias lácticas probióticas na fermentação, aliado à ação do extrato de uma enzima isolada, enquanto o outro utiliza apenas um tratamento enzimático, caracterizando, em ambos os casos, um novo efeito técnico e inventivo. 

Testes laboratoriais demonstraram que a reação da enzima com as isoflavonas resultaram em um aumento de até 10 vezes no teor de fenólicos quando comparado às cepas microbianas utilizadas na fermentação. Tais resultados indicam que a enzima apresenta maior ação hidrolítica das isoflavonas glicosiladas em relação à fermentação, além de ser capaz de melhorar o conteúdo de equol no extrato hidrossolúvel de soja.